Tricotilomania – arrancar cabelo é doença e tem tratamento
A tricotilomania não se encaixa propriamente na categoria “queda” de cabelos, porque nesse caso os fios não caem: eles são arrancados. Trata-se de um comportamento compulsivo, muitas vezes associado a quadros de stress, depressão e ansiedade, que leva a pessoa a puxar e remover os fios do próprio cabelo.
O problema é mais comum – e perigoso – do que parece. Acredita-se que até 4% da população pode ser afetada (as mulheres são quatro vezes mais propensas a desenvolver o quadro do que os homens). Nos casos em que os fios arrancados são ingeridos (chamado de tricofagia), as complicações de saúde podem ser bastante severas, inclusive com risco de morte.
O perigo é ainda maior porque a maioria dos afetados sofre calada. O constrangimento de desenvolver áreas visíveis de calvície junta-se à vergonha de admitir que foi a própria pessoa que arrancou os fios, o que pode levar ao isolamento social e agravar ainda mais o problema.
Não é um hábito inofensivo, não é frescura, não é “pra aparecer”, não é falta do que fazer. Tricotilomania é coisa séria. E tem tratamento.
Como acontece
Não se sabe exatamente que fatores interferem no surgimento da tricotilomania. Algumas pessoas manifestam o comportamento desde crianças, outras passam a arrancar os fios após algum acontecimento importante, estressante ou traumático. Acredita-se que fatores genéticos também possam ter alguma influência no surgimento do distúrbio.
Apesar das associações frequentes com stress e ansiedade, em grande parte dos casos o comportamento aparece em situações entediantes ou de forma “automática”, como um hábito, sem muita atenção dirigida ao que se está fazendo (os fios são puxados distraidamente enquanto a pessoa estuda, assiste televisão, fala ao telefone ou lê um livro, por exemplo).
Em outras situações o tricotilomaníaco procura por fios dentro de um critério específico (numa área definida da cabeça, com uma textura ou comprimento determinados, que pareçam arrepiados ou fora do lugar, que sejam brancos ou mais claros/escuros que os demais). Muitas pessoas dizem sentir tensão e ansiedade, seguidos por um grande alívio ao arrancar os fios e, mais tarde, pela culpa por tê-lo feito – o que aproxima o quadro dos padrões observados em um vício.
Normalmente o comportamento se manifesta quando o indivíduo está sozinho, e nem sempre o alvo são os cabelos: os pelos de outras partes do corpo também podem ser arrancados (sobrancelhas, cílios, barba, etc).
O distúrbio é motivo frequente de constrangimento social, seja pelas críticas de familiares e amigos (que muitas vezes não entendem que o comportamento é um distúrbio, e não uma escolha simples e fácil de interromper), seja pelo impacto visual gerado quando as áreas de raleamento ou ausência total de cabelos ficam evidentes. É comum que o tricotilomaníaco tente esconder os sinais, seja usando lenços, chapéus ou outros artifícios para cobrir as áreas mais danificadas do couro cabeludo, seja deliberadamente arrancando fios de áreas diferentes da cabeça para distribuir o efeito e torná-lo menos perceptível.
Muitas pessoas “brincam” com os fios arrancados, enrolando-os nas mãos, analisando-os ou levando-os à boca, podendo até mesmo engolir os fios. Esse quadro é chamado de tricofagia, e pode levar a vômitos, dores abdominais, sangramentos internos e obstruções gastrointestinais severas, que às vezes exigem intervenção cirúrgica e podem até ser fatais se não forem devidamente diagnosticadas a tempo.
Os fios arrancados podem levar de alguns meses até muitos anos pra se recuperarem completamente (dependendo do comprimento do seu cabelo e da velocidade com que ele cresce). Se o trauma causado ao folículo for muito grande (o que pode acontecer especialmente com o arrancamento repetido dos fios durante muito tempo), pode ser que ele pare totalmente de produzir cabelo.
Encarando o problema
O primeiro passo é reconhecer o que está acontecendo. O indivíduo precisa aceitar a sua condição e entender que se trata de um comportamento compulsivo, sério e que requer tratamento.
Algumas pessoas tentam controlar o quadro por conta própria, mas é importante dizer que não conseguir parar sozinho não é um fracasso. Controlar um distúrbio apenas com a própria força de vontade pode ser possível, mas muitas vezes é o caminho mais difícil e mais sofrido. Pedir e aceitar ajuda podem ser os passos mais importantes para que alguém consiga finalmente dominar o problema.
Muitas pessoas procuram atendimento dermatológico para tratar de uma suposta queda de cabelos, mas se sentem envergonhadas de informar que foram elas mesmas que arrancaram os fios, o que pode levar a diagnósticos errados e tratamentos complicados, caros, com risco de efeitos colaterais sérios, e ainda por cima ineficientes, pois não tratam a causa real do problema. Se é o seu caso, lembre-se que mentir para o seu médico só acaba fazendo mal a você, e afastando ainda mais o dia em que você vai conseguir se tratar de verdade.
Tratamento
O tratamento considerado mais efetivo atualmente é a terapia cognitivo-comportamental, realizada por psicólogos especializados. Existem vários métodos dentro desta categoria, mas de maneira geral identificam-se os fatores que podem desencadear o impulso de arrancar os cabelos (horas do dia, acontecimentos, sensações, estados mentais, locais específicos, etc) e então são adotadas alternativas para abordá-los, substituindo a resposta automática de puxar os fios por comportamentos inofensivos.
Nos casos mais severos e associados a outros distúrbios é possível buscar tratamento psiquiátrico, com administração de antidepressivos, ansiolíticos e outros medicamentos relacionados, mas na maioria dos casos o tratamento psicológico já apresenta resultados bastante satisfatórios.
ATUALIZAÇÃO (14/11/2015) – Se você mora em São Paulo, pode procurar o PRO-AMITI, Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso. É um serviço do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas que oferece atendimento especializado para tricotilomania. A dica foi dada pela leitora Sandra Nunes, nos comentários deste post (muito obrigado, Sandra!).
Para acelerar a recuperação das áreas calvas do couro cabeludo, uma possibilidade que pode ser avaliada com o dermatologista é o uso de minoxidil (em forma de loções, espumas ou cremes), para estimular os folículos na produção dos novos fios. Saiba mais sobre o minoxidil clicando aqui.
Se a área calva gerada pelo arrancamento dos cabelos for muito visível, é possível que uma prótese capilar seja uma boa solução para resolver o problema estético enquanto os fios naturais se recuperam. A peça pode ser adquirida no formato da área atingida, e os modelos que são fixados ao couro cabeludo com adesivos permitem que o usuário tenha uma rotina absolutamente normal (podendo nadar, se exercitar ou lavar os cabelos sem precisar retirar a prótese). Saiba mais sobre próteses capilares clicando aqui.
A participação em grupos de apoio, nos quais seja possível conviver e trocar experiências com outros que sofrem da mesma condição, pode ser uma experiência bastante positiva. Se você não encontrar algum na sua cidade, sempre existem as comunidades online (como o grupo S.O.S. Tricotilomania no Yahoo).
E você?
Você tem tricotilomania? Há quanto tempo luta contra o problema? Já tentou algum tratamento ou método para evitar o impulso de arrancar os cabelos? O que funcionou e o que não funcionou pra você? Conte pra gente nos comentários!
Aos quatorze anos eu arrancava fios de cabelo que não eram lisos. Comecei a ficar com uma região do couro cabeludo mais rala, e a partir daí parei de arrancar: passei a tentar “esticar” o fio, puxando, ou cortar só o pedaço mais “enrugado”. Às vezes alguns acabam sendo arrancados. Às vezes eu tento variar arrancando pontas duplas. O jeito que arrumei pra mexer menos no cabelo foi ficar a maior parte do tempo com cabelo preso, em coque. Como eu tenho muito cabelo, não dá pra ver que tem uma região mais rala na minha cabeça. Eu queria muito ficar de cabelo solto, não ter o cabelo tão marcado de borrachinha, mas eu não consigo passar mais de 10 minutos com o cabelo solto sem ter vontade de prender, porque senão vou mexer…
Olá, tenho 17 anos, sou de Porto Velho/RO. Teve uma época que meu país se separaram e fomos morar na minha avó, e lá arranquei meu primeiro fio. Passei quase toda a noite atracando meu cabelo. Depois disso virou mania. Sou careca no meio da cabeça, mas escondo com cabelo. O pessoal da minha família zoava dizendo que eu comia cabelo, mas não como, só arranco e jogo fora. Toda vez que passo a mão no cabelo e sinto um cabelo ruim, meio ondulado, eu arranco. Preciso de ajuda, o que devo fazer?
Boa noite, eu tenho esse problema desde os 9 anos de idade, eu arranco meus cílios em um momento de ira ou ansiedade intensa, pois é involuntário e eu não paro até ficar com os olhos “carecas”. Preciso seriamente de um tratamento, pois creio que isso está prejudicando minha saúde. O que eu faço?
Há alguns anos desenvolvi esse hábito de arrancar os cabelos. Geralmente isso acontece quando estou estudando, principalmente se começar a fazer uma leitura, automaticamente elevo minha mão até a cabeça e sem perceber começo a puxar ou quebrar os fios. Quando olho, vejo muitos fios de cabelos quebrados no chão e no meu corpo. Isso me dá uma sensação muito ruim, imagino quanto tempo esses fios vão levar para crescer novamente? Confesso que não gosto de fazer isso. Até na faculdade, quando estou sentada observando o professor dar aula, começo a arrancar os cabelos. Acredito que eles percebem e não entendem porque faço isso, pois até eu mesma não sei. É comum na casa que eu moro ter frequentemente cabelos pelo chão, sejam arrancados e/ou quebrados. Os meus colegas de quarto brigam comigo quando me pegam arrancando os cabelos. Tento me justificar meio sem graça, depois junto os fios e jogo no lixo ou coloco dentro do caderno. É ruim, é muito ruim essa situação! Não gosto de fazer isso, mas não consigo parar de quebrar e arrancar meus cabelos.
Tenho 50 anos de idade e quebro meus cabelos desde os 19, mas não arranco da raiz. Tentei colocar meia na minha mão, tentei de tudo. De 2015 até março de 2017 não quebrei nenhum fio, mas fique triste, preocupada, decepcionada e retornei a quebra. Procurei ajuda, primeiro uma consulta com neurologista, e comecei a tomar medicamento para ansiedade. Já marquei consulta com psiquiatra. O melhor é procurar ajuda.
Tenho 33 anos e arranco meus cabelos desde os 10 anos. Já cheguei a ficar com falhas enormes na cabeça. Às vezes como a raiz do cabelo que arranco. Tenho muita vergonha e nojo, mas quando percebo já foi. Meu marido implica muito comigo.
Eu tenho essa “mania” desde que tinha aproximadamente 9 anos, quando minha irmã nasceu e meus pais se separaram. Atualmente tenho 29! Quando criança eu chegava a puxar os fios brancos dos meus pais, além dos meus próprios cabelos! Hoje puxo apenas os meus e as pessoas do meu convívio acham que meus cabelos caem por stress e ansiedade, mas na vdd eu PUXO meus cabelos por essas razões. Tenho vergonha desse distúrbio. Já tentei controlar isso, comprando objetos anti-ansiedade, para manter minhas mãos ocupadas com algo que não meus cabelos, mas não está dando certo.
Oi, tenho hoje 22 anos mas já sofro muito com isso desde criança. Não sei ao certo quando comecei, mas faz muito tempo, o suficiente para eu ir atrás de ajuda por que preciso muito. Não tenho mais um cabelo bonito e cheio há muitos anos. Sofro calada porque a qualquer momento estou arrancando as pontas e puxando. Acho que as pessoas que me vêem acham que sou anormal, sei lá, com algum problema, mas eu não consigo parar. Tenho um filho de 2 aninhos e penso se isso pode afetá-lo também. Eu precisava de alguém ao meu lado que me desse força pra ir atrás de um tratamento, mas não sei se as pessoas tem conhecimento do quanto isso afeta uma vida toda. Tanto tempo perdido… tanto cabelo caído. Eu tenho marcas enormes em mim. Tenho medo de nunca parar com isso… tudo que eu queria era parar com isso 😣😕☹
Tenho 14 anos e tenho o costume de chupar o dedão e enrolar vários fios no indicador. Já tive falhas enormes, hoje tenho pequenas distribuídas na cabeça. Tenho essa “mania” desde neném… meu parto foi muito complicado e fiquei vários dias na UTI. Isso pode ter influenciado com que eu tivesse esse distúrbio?
Olá, tenho uma filha de 11 anos, ela começou a arrancar os cabelos já faz uns 8 meses. Já levei ela no psicólogo mas não resolveu muito, pois ela ainda continua tirando. Não sei mais o que fazer. Eu converso muito com ela, pergunto se ela está bem, o que está deixando ela desse jeito, se ela está ansiosa por alguma coisa. Ela fala que está bem, pq ela me conta tudo. Só que ela praticamente nasceu na casa dos avós dela, e tem uns meses que nos mudamos da casa deles, então ela teve escola nova, casa nova… não sei se isso tem alguma coisa a ver com o problema dela. Eu estou desesperada, pq vejo ela com pouco cabelo e tenho muita pena dela. Está feio de ver, todos perguntam e ela só usa tiara pq tem vergonha.
Tenho esse problema há 10 anos e já não sei mais o que fazer. No início não imaginava que seria uma doença, mas com o passar do tempo vi que era fora do normal. Já tentei parar sozinha, fiquei até uns 4 meses sem arrancar, mas depois voltei. Já tentei com medicamentos, tomei remédio por 1 ano, no início deu certo, mas eu tenho depressão e sofro de muita ansiedade. Me ajudem, já não sei mais o que fazer.
Olá gente, tenho 13 anos e comecei esse distúrbio há 2 anos e meio, devido a problemas da vida, sentimentalmente e psicologicamente. Não sei mais a quem procurar, pois minha mãe pensa que é algo de propósito, e faz é brigar em vez de me apoiar ou ajudar. Acho que porque sou uma pessoa muito sozinha, na escola nem lembro disso, mas nas férias é quase incontrolável. Sorte que na escola me distraio um pouco, mas pena que não é assim nos sábados e domingos.
Não sei o porquê, mas eu gosto de arrancar cabelos da parte genital, eu não consigo parar de arrancar. Eu sinto dor, mas sinto uma coisa boa arrancando-os. O que eu faço pra parar com isto?
Eu queria saber como posso parar de arrancar cabelo, pois arranco desde criança e não consigo parar. Já tentei muito não arrancar mais, mas quando vejo já arranquei, não sei a causa disso! Pq arranco desde sempre e minha cabeça chega até a doer. Já não sei mais oq fazer!
Tenho tricotilomania há 13 anos, mas só descobri do que se tratava há 8 anos. Comecei um tratamento psicológico e posteriormente psiquiátrico há 2 anos, que tive que interromper por questões financeiras. Não posso fazer uso de antidepressivos por ser portadora de transtorno bipolar de humor, e por isso faço tratamento apenas com estabilizadores de humor, que deveriam ser suficientes, mas se mostraram ineficazes após a pausa na terapia.
Olá, já tem 7 anos que como o próprio cabelo. Algumas pessoas já perceberam, e eu já falei pra algumas sobre esse meu vício. Isso começou quando eu estava na sala de aula e do nada tirei um fio, depois desse dia nunca mais parei. Minhas amigas, meus pais e meus irmãos já pediram pra eu parar, só que eu não consigo controlar. Isso acontece em todos os momentos, quando tou feliz, triste, nervosa, ansiosa, com raiva… eu já tentei parar só que não consigo, o que eu realmente devo fazer? Será pq tenho isso?
Eu tenho desde criança, já fiz tratamento com psiquiatra mas não adiantou, não sei mais o que fazer. Que ajuda devo procurar?
Olá. Sei que o post é antigo e confesso que já o li há uns 2 anos atrás. Comecei a arrancar meus cabelos quando tinha entre 12 e 13 anos após passar por algumas situações bem difíceis, como o falecimento da minha mãe quando eu tinha 12 anos. Depois disso, várias outras coisas aconteceram e foi quando eu realmente percebi o que estava acontecendo, mas não fazia ideia que se tratava de um distúrbio. Hoje tenho 21 anos e me encontro na mesma situação de antes. Eu realmente não sei explicar o que me leva a fazer isso e ainda é muito difícil falar sobre isso (inclusive estou um nó na garganta nesse momento e me segurando para não chorar).
Cheguei em um ponto bem constrangedor sabe?! Ao ponto de todos da família me questionarem o por quê eu faço isso. Ao ponto de meus colegas de trabalho me chamarem a atenção por isso. Sem contar no sentimento ao ter que “recolher” todos os fios arrancados ou olhar para o chão da casa inteira e ver fios espalhados para todos os cantos e eu ter que varrer a casa pelo menos duas vezes ao dia para que ninguém perceba… Sinceramente, eu não sei o que é pior, se é ver a forma como as pessoas me olham, a forma como me sinto depois de arrancar os fios, se é sentir dor no couro cabeludo e nos braços após tantas horas arrancando fios (sim, eu disse horas), se é a decepção de tentar parar e não conseguir.
Meu cabelo é lindo, eu amo ele, cuido dele todos os dias, faço hidratação, uso tônico para crescimento etc. Mas no fim parece que faço tudo isso só para compensar todo o estrago. Eu nem procuro saber se possuo falhas, pois sei que se tiver, isso só vai me causar mais decepção e a sensação de fracasso será ainda maior e me fará arrancar mais e mais fios. Sinto que entrei num ciclo vicioso: arranco vários fios, recolho todos eles, me arrependo, prometo que vou parar, não consigo, me sinto decepcionada e volto para o início…
É muito importante que esse assunto seja abordado com mais frequência, pois assim como eu, muitas pessoas passam por isso e se quer sabem que se trata de uma doença e que tem cura. O post de vocês esclarece muitas dúvidas primordiais para o entendimento do distúrbio e agradeço imensamente a vocês por isso, pois vejo a quantidade de pessoas que sofrem com a doença e com certeza procuraram tratamento a partir deste post. Prometi para mim mesma que irei procurar um tratamento o mais rápido possível.
Às muitas garotas que também sofrem com esse distúrbio (eu digo garotas, pois sei como é difícil ser uma adolescente que passou/passa por isso), aí vai um conselho para vocês. Não esperem chegar aos 21 anos, assim como eu, para procurar um médico. Eu sei que é difícil, mas conversem com algum adulto de confiança, alguém com quem vocês possam se abrir e pedir ajuda. Mostrem esse POST a essa pessoa, para que ela também entenda do que se trata para poder saber como te ajudar. Tenho certeza que quanto antes o tratamento for iniciado, menos doloroso será o processo.
Um grande beijo a todos e obrigado pelo espaço para esse grande desabafo.
A gente é que agradece pelo seu relato, Amanda! Estamos na torcida pela sua recuperação. Vai dar certo!
Olá! Infelizmente também sofro com isso. Arranco o cabelo desde criancinha, minha mãe me batia muito por causa disso e com o passar do tempo piorou. Hoje tenho 38 anos e várias falhas, não deixo o cabelo solto de maneira nenhuma e não consigo ficar sequer um dia sem arrancar. Sei que se trata de um problema sério, mas ainda não tive coragem de tratar, morro de vergonha. Aqui onde moro não sei se tem profissional nesta área, queria muito me livrar disso.
Tenho 19 anos e desde que me entendo por gente arranco meus cabelos! Uma época parei de arrancar, estava lindo meu cabelo comprido! Antes arrancava atrás e do lado das orelha! Fiquei dois anos sem arrancar! Faz uns 6 meses que comecei de volta, agora arranco em cima, onde ficam aquelas falhas e aquele cabelos crescendo, onde não dá pra fazer penteado nenhum mais! Estou fazendo terapia e isso está me ajudando cada vez mais, se eu arrancava 100 cabelos por dia hj arranco 30! E se Deus quiser e me der forças, daqui uns dias não vou arrancar mais nenhum! E meus cabelos voltarão a ser como eram antes!
Tricotilomania não é brincadeira, é uma doença séria! Mas tem cura! Se vc sofre com isso, procura ajuda e sem vergonha! Pq só assim vc vai poder ser uma mulher vaidosa novamente com seus cabelos!
Eu arranco os fios “ruins” da minha cabeça desde os 16 anos, quando comecei a estudar pro vestibular, e depois nunca mais parei. Hoje tenho 36 anos. Eu tenho horror aos fios grossos e “caraquentos”, nojo de sentir eles nos dedos. Aí eu arranco com o maior prazer da vida. Além desse problema, meu cabelo está caindo. Estou começando a ter problema de calvície feminina, de família. Aí quando procuro fios “ruins” na cabeça eu tento esticar eles com as unhas ao invés de arrancar… só piora. Meu cabelo era lindo, grande e volumoso. Sempre tive os fios finos, e só alguns fios que nascem grossos e porosos. Aí eu quero arrancar. Tenho ódio de eu mesma ter esculhambado meu cabelo, que era bonito. Li um dos comentários que disse querer cortar Joãozinho, e eu sinto a mesma coisa, só que meu marido não deixa eu cortar… mas por mim eu já tinha raspado a cabeça. Queria ver se eu ia arrancar alguma coisa…
Oi, minha filha de 1 ano e 6 meses começou a arrancar os cabelos, e o pior é que ela come, mas já percebi que ela só faz isso quando está sozinha. Tento evitar ao máximo que ela fique sozinha, mas gostaria de ter uma orientação do que fazer nesse caso!
Oi, tenho 15 anos e aos meus 2 anos ensinaram que comer cabelo era bom. Há algum tempo deixei isso, mas este problema voltou. Estou a viver em Londres. Eu gostava de parar com isto mas não consigo. A minha mãe já não sabe o que fazer; ela pergunta sempre por que eu faço isto, mas eu não sei o que lhe dizer porque eu também não sei a razão de fazer isto. Eu só quero parar com este problema.
Me identifico com o quadro. Comecei arrancando um pelo em específico da sobrancelha pois ele era mais grosso que os demais. Isso me incomodava muito. Antes tinha compulsão por “cutucar” qualquer proeminência no rosto que pudesse ser um cravo, o que gerou algumas marcas. Esse pelo grosso sempre cresce novamente e na tentativa de arrancá-lo as cegas e no tato eu arranco uma porção de outros pelos em volta. E pior, agora arranco os outros todos pois começaram a nascer espetados. Sei que nessa já foi metade de uma sobrancelha. Quando vejo já estou fazendo, no momento não quero parar pois a sensação de arrancar é muito boa, mas quando me olho no espelho bate aquele arrependimento e me acho uma pessoa péssima que não controla os próprios impulsos. Estou cogitando um implante.
Bom dia! Eu tenho uma filha de 18 anos com síndrome de Down, e desde os 11 percebemos que ela arrancava os cabelos. Procuramos ajuda e ela foi diagnosticada com tricotilomania. O psiquiatra receitou antidepressivo e indicou sessões com o psicólogo, o que não deu muito resultado, pois devido ao seu comprometimento intelectual, ela não consegue realizar algumas atividades de mudança de comportamento, orientadas pelo psicólogo. Ela arranca os cabelos nos momentos de distração, e quando percebo ela já está com grandes áreas sem cabelo. Sem contar que ela também arranca os cílios e sobrancelhas, que já não nascem mais. O pior de tudo é que, quando ela se dá conta do que fez, sente-se culpada e chora muito, fica sem querer sair de casa por conta da vergonha de estar sem cabelos. Imaginem, se uma pessoa com síndrome de Down já é estigmatizada pelos fenótipos, imaginem sem parte do cabelos, sem cílios e sobrancelhas? Sem contar que ela também tem vitiligo.
Já tentamos de tudo, todos os tratamentos existentes na nossa cidade para os dois casos (interior da Bahia), mas não logramos êxito. Ela é uma adolescente muito amada por todos e sempre deixamos isso bem claro pra ela. Sempre fazemos de tudo para elevar a sua autoestima, mas ela se percebe diferente das garotas da sua idade e isso dói na alma. Gostaria muito de encontrar um tratamento que fosse eficaz, mesmo que não seja 100%, mas que melhore o quadro dela, para ver minha filha feliz consigo mesma!
Tenho 16 anos e comecei a arrancar os fios aos 13 anos, no final de 2015. De início, arrancava os fios “ruins”, que eram grossos e não ficavam lisos iguais aos outros devido a um alisamento químico. Semanas foram passando e o hábito continuou, meus pais começaram a perceber uma quantidade excessiva de cabelo pelo chão do meu quarto e alguns pontos da casa, mas eu fingia não saber de onde tinha vindo. Meses passaram e continuei arrancando os fios, me sentia mal por isso, já que meu cabelo era grande e alguns pontos da minha cabeça já sofriam com a falta de cabelo, o que me deixava muito constrangida. No decorrer de 2016, tentei diversas vezes controlar os impulsos de arrancar os fios. Deu certo por pouco mais de um mês, mas depois voltei ao hábito, chegando ao ponto de não conseguir passar um dia sequer sem arrancar fios de cabelo. O ano passou e quando já estava com 15 anos, em 2017, ainda arrancava os fios da mesma maneira, mas alguns já haviam crescido, já que eu arrancava de áreas distintas da cabeça. A diferença de tamanho entre os fios era evidente, o que me deixava com vergonha quando qualquer pessoa encostava no meu cabelo, porém continuava arrancando os fios. No final de 2017, decidi que iria cortar o cabelo, com a intenção de pôr fim nesse hábito. Quando chegou dezembro de 2017, cortei o cabelo Joãozinho, passei a máquina nas laterais e cortei bastante o meio. Nas primeiras semanas funcionou, já que os fios estavam curtos demais para serem arrancados, mas no início de 2018 o hábito voltou. Meses passaram e cortei o cabelo novamente com a mesma intenção, pois partes da minha cabeça estavam com falhas tão grandes que pareciam que eu tinha passado a máquina no 0. Isso me deixava muito mal e com vergonha, nunca falei pra ninguém, pois tinha medo de me chamarem de louca ou algo assim. Em julho desse ano, decidi de vez que começaria a tratar esse hábito e pararia, pois não aguentava mais. Passei um mês e meio depois dessa data sem arrancar um fio de cabelo sequer, então fui no salão e cortei o cabelo Joãozinho novamente, mas dessa vez no estilo do corte da Sandra Annenberg, só que um pouco menor. Já fazem 5 meses que não arranco um fio, é um exercício diário muito difícil, mas venho tentando. É a primeira vez em anos que meu cabelo cresce uniformemente, e a felicidade é imensa. Pras pessoas que passam por isso: vocês não estão sozinhas nem são loucas, não é frescura nem nada pra chamar atenção. Vocês são capazes de controlar seus impulsos, mas cada um tem seu tempo e sua maneira. Persistam, vocês vão conseguir.
Oi, tenho 14 anos e arranco meus cabelos desde os 8/9 anos de idade. No começo minha mãe achou que era algo passageiro. Começou com a sobrancelha, parei. Depois com os cílios, parei tbm. Agora estou arrancando o cabelo há 3 anos e não consigo parar. Meus pais tentam me ajudar ao máximo mas eu não consigo. Faço promessas sempre mas mesmo assim não consigo. Me sinto tão envergonhada. Me ajudem.